21 de fevereiro de 2011

A sustentabilidade que começa no indivíduo.

O que você compra e a forma como você compra pode também estar focada em práticas sustentáveis. Veja como suas ações como indivíduo influenciam em toda a cadeia produtiva.


“A ocasião faz o ladrão”. Sob este ditado popular, escrevi recentemente sobre o imediatismo e a pressa dos indivíduos e a pressão por resultados pode ser um dos principais fatores que causam desvios éticos. Por que?

Imagine-se como um executivo gerenciando uma empresa que vai mal e certamente você ficaria tentado a “maquiar” os resultados. Assim como uma pequena mentira acaba necessitando de outras para encobri-las, talvez a bolha dos subprimes nascem assim. O caso Madoff, por exemplo, é ainda mais interessante porque ele explora exatamente o desejo de pertencer a um grupo social (MASLOW): a elite achava chic investir com “Bernie” Madoff.

É neste ponto que entra o consumismo, nosso tema. Pare e pense: quantas coisas você já comprou somente porque as outras pessoas tinham ou estavam comprando? Já parou para imaginar em Sustentabilidade Pessoal?

Sustentável é algo duradouro, aquilo que se sustenta, que consegue se manter e continuar. Suas escolhas pessoais sustentam o EU que você é e o direciona para o EU que você quer ser?

As suas práticas de consumo estão embasadas no conceito de comércio justo, uma modalidade de negócios sustentáveis que nos ajuda a ter uma sociedade mais ética? Iniciativas como a da Bio Fair Trade, uma empresa que exporta produtos de comunidades carentes e incentiva o Comércio Justo (um movimento de responsabilidade social, iniciado na Holanda por volta de 1960, cujo objetivo é estimular negociações diretas entre os produtores e disseminar padrões sociais e ambientais entre as cadeias produtivas).

O princípio básico modelo de negócios – já amplamente difundido na Europa e EUA – é gerar oportunidades para produtores economicamente em desvantagem, incentivar a remuneração justa para gerar a igualdade de gêneros, estimulando as melhores práticas ambientais de modo a proporcionar um ambiente seguro e saudável para os produtores, com transparência e co-responsabilidade entre os parceiros comerciais.

Desta forma, todas as organizações envolvidas no comércio justo devem observar princípios de transparência, ética, justiça, sustentabilidade, meio ambiente, responsabilidade social e educação.

Se aos nossos olhos parece ser um modelo distante, tomamos como base as relações comerciais injustas praticadas no nordeste brasileiro. Diversas cidades do interior de Pernambuco e Rio Grande do Norte, por exemplo, tem como trabalho e fonte de renda a produção de artigos artesanais em que os preços pagos aos produtores estão muito aquém do valor pago pelos turistas e pelos preços elevados em que são vendidos nas lojas.

Enquanto o produtor tem mais trabalho e menos remuneração, o atravessador tem uma equação inversa. Por isso, olhar para suas necessidades de compra e o que você está comprando pode ser o primeiro passo para o seu “eu sustentável”. Estimulando o comércio justo significa que você estará comprando os mesmos produtos e ainda estará ajudando o desenvolvimento sustentável de muitas comunidades.

Para finalizar, imagine modificar a primeira frase deste artigo criando boas ocasiões para que homens de bem, produtores e trabalhadores, jamais se sintam tentados a se tornarem ladrões para alimentar seus filhos. Nós podemos. Faça sua parte, faça agora.


Isso é sustentabilidade social, é bom para você e é bom para a sociedade.

Mário Henrique Trentim (Diretor da iPM Consult – Consultoria Inteligente. Professor e coordenador dos cursos de MBA da CEDEPE Business School em gerenciamento de projetos. Membro voluntário do PMI Pernambuco da Diretoria Adjunta do Chapter - http://linkedin.com/in/trentim /mario.trentim@ipmconsult.ca)

Fonte: Portal HSM



1 comentários:

Fala Renata, seu blog ficou bacana. Parabens. Sou o webdesigner que fez entrevista com você na BRQ. Bom gosto do Layout para o Blog. Abraços
 

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