A qualidade da água dos rios e represas brasileiros está longe do ideal.
Dados do IDS (Indicadores de Desenvolvimento Sustentável), do IBGE, revelam
quais bacias de água doce estão em situação mais crítica. Os IQAs (Índice de
Qualidade da Água) mais baixos são os dos altos cursos dos rios Tietê e Iguaçu,
que atravessam, respectivamente, as regiões metropolitanas de São Paulo e
Curitiba.
Rio Doce,
Minas Gerais (10º lugar) - Com um percurso total de 853 km, drena os estados do
Espírito Santo e Minas Gerais, sendo a mais importante bacia hidrográfica
totalmente incluída na Região Sudeste. Sem controle ambiental, a contaminação
química e urbana ameaça a saúde dos moradores das cidades às suas margens e a
escassez de água nos afluentes agrava a cadeia de problemas.
Rio Paraiba
do Sul, Rio de Janeiro (9º lugar) - Formado pela confluência dos rios
Paraitinga e Paraibuna, o rio nasce na Serra da Bocaina, no Estado de São
Paulo, fazendo um percurso total de 1.120Km, até a foz em Atafona, no Rio.
Pode-se citar como fontes poluidoras mais significativas as de origem
industrial, doméstica e da agropecuária, além daquela decorrente de acidentes
em sua bacia.
Rio Caí, Rio Grande do Sul (8º lugar) – A bacia hidrográfica do rio Caí equivale a 1,79% da área do estado do Rio Grande do Sul e possui municípios com atividade industrial bastante desenvolvida. Destacam-se os municípios de Caxias do Sul e Farroupilha, localizados na Serra, com indústrias de alto potencial poluidor,
principalmente do ramo de metalurgia e metal - mecânica.
Rio
Capibaribe, Pernambuco (7º lugar) - Nasce na serra de Jacarará, no município de
Poção, em Pernambuco, e banha 42 cidades pernambucanas. O rio recebe carga de
resíduos de uma população estimada em 430 mil habitantes em seu entorno. O
crescimento urbano desordenado foi responsável pela deterioração dos recursos
ambientais que circundavam o rio, comprometendo a qualidade de vida das
populações ribeirinhas.
Rio das Velhas,
Minas Gerais (6º lugar) – Com nascentes na cachoeira das Andorinhas, município
de Ouro Preto (MG), é o maior afluente em extensão do rio São Francisco. A
presença de arsênio, cianeto e chumbo reflete a interferência do diversificado
parque industrial da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Rio Gravataí,
Rio Grande do Sul (5º lugar)- Separa as cidades de Canoas e Porto Alegre. São
apontados como motivos para a poluição o esgoto que é jogado no rio sem
tratamento, os resíduos sólidos largados por comunidades que trabalham com
reciclagem e criam porcos e a poluição gerada por empresas, notadamente de
adubo e areia.
Rio dos
Sinos, Rio Grande do Sul (4º lugar) – Repleto de curvas, o rio nasce nos morros
do município de Caraá e percorre um percurso de cerca de 190 km, desembocando
no delta do Jacuí. A alta carga poluente é proveniente de esgotos e indústrias,
o que, além de provocar a mortandade de milhares de peixes, causa a
proliferação de mosquitos.
Rio Ipojuca,
Pernambuco (3º lugar) – Corta vários municípios de Pernambuco, inclusive
nomeando um. O Ipojuca nasce em Arcoverde, no Sertão, e deságua em Suape, ao
Sul do Grande Recife. O lixo e o esgoto, que são despejados no rio acabam
aumentando os riscos de contaminação de doenças como leptospirose, casos de
hepatite A e diarreia.
Rio Iguaçu,
Paraná (2º lugar) – Segundo rio mais poluído do país, ele é o maior do estado
do Paraná e faz divisa natural com Santa Catarina. Segundo biólogos, dois
fatores podem explicar o elevado nível de poluição: passivo ambiental, presente
há algumas décadas, com falta de investimento no saneamento ambiental, e o alto
número de habitantes em volta do rio.
Rio Tietê,
São Paulo (1º lugar) - Com 1.010 km², nasce em Salesópolis, na serra do Mar, e
atravessa o estado de São Paulo, banhando 62 municípios. Ocupa o topo do
ranking por receber o esgoto doméstico e industrial no trecho da capital -
menos da metade dos moradores da bacia do Alto Tietê têm esgoto tratado. A
mancha de poluição do rio que, na década de 1990, chegou a cem quilômetros, tem
se reduzido gradualmente no decorrer das obras do projeto Tietê.
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